Suzano (SUZB3): Resultados do 3T24 – Um Olhar Atento ao Crescimento e Desafios
A Suzano S.A., líder global na produção de celulose e papel, divulgou os resultados do terceiro trimestre de 2024, que evidenciam tanto o robusto crescimento em receita e EBITDA quanto os desafios globais do mercado de celulose. Em meio a um cenário macroeconômico volátil e de aumento de capacidade no setor, a empresa manteve um desempenho resiliente, impulsionado por câmbio favorável e aumento nos volumes de vendas.
Principais Destaques do 3T24
- Receita Líquida: Cresceu 37% em comparação com o 3T23, totalizando R$ 12,27 bilhões, com 79% da receita gerada no mercado externo. O volume de vendas aumentou 6% no setor de celulose e 9% em papel, enquanto o câmbio valorizado contribuiu para os resultados financeiros da empresa.
- EBITDA Ajustado: Registrou crescimento de 77% ano a ano, somando R$ 6,52 bilhões e com margem EBITDA ajustada em 53%. Esse crescimento foi atribuído, em grande parte, ao impacto da taxa de câmbio e à sólida demanda nos mercados internacionais, apesar da queda no preço médio de celulose em dólar.
- Resultado Líquido: O trimestre fechou com um lucro de R$ 3,24 bilhões, uma forte recuperação em relação ao prejuízo de R$ 3,77 bilhões no 2T24 e R$ 729 milhões no 3T23. Esse avanço foi impulsionado pelo resultado positivo com operações de hedge e derivativos, que neutralizaram os efeitos adversos dos períodos anteriores.
Desempenho por Segmento
Celulose: Com um aumento de 4% no volume de vendas e uma receita líquida 48% superior ao 3T23, a Suzano conseguiu capitalizar a demanda asiática e compensar parte da queda nos preços internacionais. O EBITDA ajustado por tonelada foi de R$ 2.162, praticamente estável comparado ao trimestre anterior.
Papel: O segmento de papel, especialmente embalagens e papéis sanitários, continuou com desempenho positivo, com vendas internas crescendo 10% frente ao trimestre anterior, apoiadas pela demanda do setor gráfico e de embalagens. A receita líquida de papel alcançou R$ 2,47 bilhões, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.
Eficiência Operacional e Custos
A companhia vem se beneficiando das operações da nova unidade de Ribas do Rio Pardo, que já contribui para a diluição de custos fixos. No entanto, o custo caixa da celulose ficou em R$ 863 por tonelada, impactado por insumos energéticos e a elevação dos custos logísticos, reflexo das variações cambiais e aumento do volume de vendas. Para os próximos trimestres, a expectativa é de uma estabilização desses custos conforme a unidade de Ribas do Rio Pardo complete o período de ramp-up.
Estrutura de Capital e Dívida
Com uma dívida líquida de R$ 70,17 bilhões, a Suzano mantém uma estrutura de alavancagem controlada, com índice dívida líquida/EBITDA ajustado de 3,2x, levemente reduzido em comparação ao trimestre anterior. Em resposta à exposição cambial, a Suzano reforçou sua política de hedge para proteger o fluxo de caixa e o serviço da dívida, aproveitando a valorização do real em relação ao dólar para reduzir pressões sobre o endividamento.
Perspectivas e Desafios
O setor de celulose e papel segue com previsões de crescimento, particularmente em embalagens e produtos sustentáveis. Entretanto, a Suzano enfrenta desafios, como a expansão da capacidade produtiva no Brasil e na China, além da pressão de custos globais. A volatilidade do preço da celulose e a concorrência no mercado asiático devem ser monitoradas, mas a diversificação de mercados e a forte posição no Brasil proporcionam certa resiliência.
Analistas destacam o impacto das aquisições recentes e da diversificação de produtos no desempenho da Suzano, fortalecendo a empresa contra as flutuações de mercado e aumentando sua relevância no setor de papel e embalagens nos Estados Unidos. No entanto, a dependência da receita externa e a exposição à volatilidade cambial ainda são pontos de atenção.
Conclusão
O 3T24 trouxe à Suzano resultados sólidos, refletindo a capacidade da empresa em alavancar seus recursos e estrutura operacional. Com um portfólio diversificado e a expansão das operações na América do Norte, a Suzano está bem posicionada para o futuro, apesar dos desafios macroeconômicos e setoriais.
A Suzano segue como uma opção interessante para investidores que buscam exposição ao setor de celulose e papel, especialmente em função de seu foco em inovação e sustentabilidade, mas os riscos cambiais e de mercado global devem ser considerados.
Disclaimer: Este é informativo e educacional, não caracterizando uma indicação de investimento no ativo acima citado, cabendo ao investido realizar suas devidas análises, e através dela tomar sua decisão de investimentos.
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